Escrito por: Diário Digital Castelo Branco/Lusa
O arranque do debate na RTP3 ficou marcado com várias acusações entre o atual presidente da Câmara Municipal e candidato do PS, Leopoldo Rodrigues, e o candidato do PSD/CDS-PP, apoiado pelo SEMPRE - Movimento Independente, José Augusto Alves que foi vice-presidente e presidente do município pelo PS.
Contudo, exceto Leopoldo Rodrigues, todos os candidatos foram unânimes e concordaram que no último mandato pairou algum “marasmo, apatia e letargia” no desenvolvimento do concelho de Castelo Branco.
A criação de emprego e atração de empresas foi um dos tópicos mais discutido.
Mário Camões, candidato da coligação Esquerda Livre, formada por independentes e apoiada por coligação dos partidos Livre e Bloco de Esquerda disse que “não houve estratégica económica” para o concelho e a atração de investimento ficou-se pela “atração de empresas que pagam baixos salários”.
Já o candidato da Iniciativa Liberal (IL), José Henriques, lamentou que em 2022, Castelo Branco era o concelho com o menor orçamento executado (50%), deixando-se “para fazer tudo à última”.
Defendeu que a política de atratividade em Castelo branco e a criação de empregos qualificados foram menores em castelo branco do que no Fundão ou na Covilhã.
José Augusto Alves, candidato do PSD/CDS-PP apoiado pelo SEMPRE, disse que não se podem andar três anos e meio sem fazer nada e depois, nos últimos quatro ou cinco meses “fazer alguma coisa”.
Este candidato falou na necessidade de atrair jovens para o concelho e adiantou que tem um projeto para isso.
João Ribeiro, do Chega, lamentou que Castelo Branco tenha desperdiçado os fundos comunitários, sobretudo através do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), onde apenas foram captados oito milhões de euros, dos quais disse que seis milhões dizem respeito ao Instituto Politécnico de Castelo Branco.
O candidato da CDU, Carlos Canhoto, lamentou a saída da maioria dos jovens de Castelo branco, sobretudo, os qualificados.
Disse ainda que em relação ao combate à desertificação e ao emprego, a grande responsabilidade tem que ser imputada ao Governo central salientando que o não encerramento de serviços públicos é fundamental.
Carlos Canhoto defendeu ainda que os “empregos precários e mal pagos não são bons nem contribuem para melhorar a economia”.
O atual presidente da Câmara Municipal e candidato do PS, Leopoldo Rodrigues, disse que Castelo Branco “está a fazer um caminho a procurar atrair empresas e definir uma estratégia de internacionalização”. Acrescentou que “não pode dizer que os empregos [sejam quais forem] são maus”.
A habitação e a recuperação do centro histórico de Castelo Branco foi outro dos temas a discussão.
O candidato do Chega disse que é preciso haver “critérios transparentes” na habitação e questionou-se sobre o património imobiliário que a Câmara Municipal tem na zona histórica.
“Como é que se pode combater um problema sem saber o que a Câmara Municipal tem?”.
José Augusto Alves, do SEMPRE disse que tem um programa, o Habitar Castelo Branco, que inclui arrendamento jovem. Defendeu a redução de taxas e impostos para quem quiser investir no centro histórico e penalização para aqueles que deixam os imóveis devolutos.
O candidato da CDU, Carlos Canhoto, realçou a importância de se recuperar a zona histórica, mas salientou que para a CDU “a habitação é um direito e não uma esmola”.
“Compete à Câmara em conjunto com o Poder central a reabilitação e a construção de habitação para renda acessivel”.
José Henriques, da IL, defendeu a cedência por parte do município, de casas devolutas a quem as quiser recuperar.
O candidato disse que existem mais de uma centena de habitações devolutas na zona histórica e disse que é preciso por os privados a recuperar esses imóveis.
Mário Camões defender que é preciso “repensar” o centro histórico e sobre o património em posse da autarquia, deve ser convertido” não só em habitação pública para jovens a renda acessivel”, mas também “para a cultura”.
Leopoldo Rodrigues, do PS, defendeu que a recuperação da zona histórica “não é apenas um projeto para um mandato”. Falou em alguns projetos âncora que estão a ser desenvolvidos, como a escola de Chefs ou o Tribunal Central Administrativo e Fiscal e lamentou a inexistência de projetos para aquela zona quando tomou posse.
Falou ainda da revisão do Plano Geral de Urbanização (PGU) que vai permitir “politicas mais ativas para a reabilitação da zona histórica”.
Nas eleições autárquicas de 2021, o PS obteve três mandatos, os mesmos que o movimento Sempre, liderado pelo ex-presidente do município, Luís Correia, e o PSD elegeu um vereador, João Belém.
As eleições autárquicas realizam-se em 12 de Outubro.
Receba as principais notícias no seu email e fique sempre informado.
© Diário Digital Castelo Branco. Todos os direitos reservados. Desenvolvido por Albinet